Conhecida como a maior festa de rua do mundo, o Carnaval atrai milhões de foliões em diversas partes do país. Salvador é uma das cidades brasileiras que se prepara para receber um grande número de pessoas que deverão circular pelas ruas durante o evento que acontece nos próximos dias.
Esta grande concentração de pessoas aliada ao calor, alimentação inadequada e falta de descanso, por exemplo, pode favorecer a disseminação de doenças comuns nesta época. O médico infectologista Antônio Bandeira, professor do curso de Medicina da UniFTC, esclarece que é comum que o Carnaval seja um período de propagação de diversas doenças infectocontagiosas.
“As pessoas entram em um contato mais próximo, mais íntimo, por isso casos de conjuntivite, mononucleose infecciosa e outras doenças respiratórias são recorrentes”, explica. “Outro fator são os alimentos, que muitas vezes não estão adequadamente preparados, por isso se torna uma outra fonte de problemas durante o Carnaval, devido a infecções virais e contaminações bacterianas. Por fim, as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) também são comuns, ocasionadas pelo não uso de preservativos, muitas vezes influenciado pelo abuso de bebidas alcoólicas”, afirma o infectologista.
Carnaval e Coronavírus
Este ano, uma outra preocupação pertinente dos foliões é o surto do Coronavírus que atinge alguns países da Ásia, com maior concentração na China. Embora o Brasil não possua nenhum caso confirmado, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) montou uma estratégia para a notificação de possíveis casos suspeitos da doença durante este período. A ação preventiva visa preparar a rede municipal em caso de notificação ou confirmação do agravo na capital baiana.
Segundo Antônio Bandeira, não há nenhuma estimativa que o surto aconteça durante o Carnaval. “Neste momento a epidemia está restrita majoritariamente à China. Existem casos fora, mas são poucos e estão sendo monitorados. No Brasil, até o momento, não foi registrada a entrada do Coronavírus”, destaca. Segundo o médico infectologista, faltando menos de uma semana para a festa de rua, é pouco provável que, mesmo se houver a introdução de algum caso, isso tenha repercussão significativa”, opina o infectologista.
Ainda de acordo com o professor, os cuidados devem ser tomados não somente pensando no Coronavírus, mas nas doenças que têm potencialidade neste período. “Usar preservativo, higienizar as mãos com frequência e se afastar de pessoas que estejam com doenças respiratórias podem ser algumas das ações preventivas”, conclui.