Descoberto no fim do ano passado, após registros na China, o novo coronavírus (SARS-Cov-2) propagou – se para diversos países em um curto período de tempo. No início de março (11), a Organização Mundial de Saúde declarou a situação como Pandemia de COVID-19, doença causada pelo vírus. Menos de um mês depois, o número de casos confirmados em todo o mundo já passa dos 700 mil, contabilizando mais de 34 mil mortes.
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A professora do curso de Biomedicina do Centro Universitário UniFTC de Vitória da Conquista, Luita Nice Schifino, explica que o SARs-Cov-2 faz parte da família “coronaviridae”,“responsável por causar desde quadros respiratórios leves, semelhantes a uma gripe, a casos graves com insuficiência respiratória”. Confirmando o que vem sendo divulgado massivamente na mídia, a biomédica enfatizou que os agravamentos acometem principalmente idosos e pessoas com doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e cardiopatias.
Estudos apontam que a transmissão ocorre por meio da absorção de gotículas liberadas pela tosse ou espirro de uma pessoa infectada ou pelo contato com superfícies contaminadas pelo vírus. Beatriz Rabelo, também biomédica e professora do Centro Universitário, explica que após o indivíduo levar a mão com gotículas à boca, ao nariz ou aos olhos, o vírus consegue entrar no organismo: “O vírus se instala nas nossas células do fundo do nariz e da garganta ligando-se a receptores específicos. Uma vez dentro da célula, ele passa a dar ordens, ou seja ele diz o que deve ser feito. Então, o vírus começa a se multiplicar até que essa célula se rompe e ele passe a infectar novas células”.
Segundo Beatriz, a partir desse momento, o corpo começa a manifestar as primeiras respostas inflamatórias ao SARs-Cov-2, como dor de garganta e nariz entupido. Ela conta que o vírus segue por nossas vias aéreas (tubos brônquicos), tendo os pulmões como destino. Durante o trajeto, outros sintomas podem se manifestar: tosse, febre, mal estar, perda de apetite. O quadro pode se agravar ainda mais com o desenvolvimento de uma pneumonia. “Isso acontece porque o vírus causa uma congestão nos nossos alvéolos, que são pequenos sacos de ar que estão localizados na extremidade dos nossos pulmões. Eles são os responsáveis por fazer com que o oxigênio chegue ao sangue e daí, ao resto do nosso corpo”, complementa a Doutoranda em Bioquímica e Biologia Molecular. Em decorrência da complicação, o corpo pode receber menos oxigênio e o paciente ter insuficiência respiratória.
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No entanto, a professora e bioquímica Luita Nice Schifino destaca que uma média de 86% das infecções são assintomáticas. Isso significa que muitos pacientes não apresentam indício algum de Covid-19. “Por conta disso, a maioria das transmissões, em torno de 79%, ocorrem a partir de casos assintomáticos”, acrescenta Luita.
Por esse aspecto, há a necessidade de se tomar medidas de prevenção no sentido de intensificar a higiene e praticar o distanciamento social, como forma de combater o avanço do SARs-Cov-2.