Mercado altamente promissor, o ramo da Cirurgia Plástica está em alta no Brasil e movimenta um cenário que não para de crescer ano após ano. De acordo com uma pesquisa realizada pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), o Brasil registrou mais de 1 milhão de cirurgias plásticas em 2018, e obteve um crescimento de 5% nos últimos anos, ficando atrás apenas dos EUA no ranking mundial.
A mamoplastia está entre as cirurgias mais realizadas pelos brasileiros. Mas se engana quem pensa que a Plástica se limita aos procedimentos estéticos. “Na verdade, a especialidade é muito mais ampla, com várias áreas de atuação, envolvendo casos clínicos constantes. Por exemplo, não existe nenhum médico ou estudante de Medicina que em algum momento da vida não se vai se deparar com um paciente que sofreu queimaduras”, explica o cirurgião e professor da UniFTC, Victor Felzemburgh.
“Cirurgia Plástica também trabalha com reconstruções complexas de cabeça e pescoço e na reconstrução após cirurgias de câncer. Uma patologia bastante frequente é a reconstrução da mama, ocasionada pelo câncer de mama. No campo pediátrico, outro exemplo são as malformações e seus tratamentos, como as crianças que possuem fissura labiopalatina, doença congênita muito comum”, detalha o médico.
Embora tão importante para a boa formação do profissional médico, a Cirurgia Plástica não é acessível em todas as escolas de Medicina do Brasil. Pensando nisso, Daniel Boczar e Diogo Lobão, na época discentes do curso de Medicina do Centro Universitário UniFTC de Salvador e membros da Liga de Cirurgia Plástica — LACIP, se empenharam no projeto de construir um livro direcionado aos estudantes de Medicina. “Conseguimos reunir as ligas de todo o Brasil, fazendo com que o livro protagonizasse o seu próprio público-alvo, os estudantes, em conjunto com os especialistas, orientadores das respectivas ligas, e com aqueles de maior nome em cada uma das áreas de atuação da Cirurgia Plástica”, conta o residente em Cirurgia Plástica na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Diogo Lobão.
“O objetivo do livro é difundir a especialidade da Cirurgia Plástica entre os estudantes de Medicina da forma como ela é, não apenas a Cirurgia Plástica puramente estética, mas aquela que lida com a reparação, responsabilidade e ética. Nosso objetivo é mostrar qual o caminho certo para ser um bom cirurgião plástico, que é fazer uma boa residência em Cirurgia Geral antes e não buscar atalhos, como infelizmente muitos profissionais fazem”, detalha Daniel Boczar, ex presidente da Associação Brasileira de Ligas de Cirurgia Plástica (ABLCP) e que atualmente faz Research Fellow na Mayo Clinic (Florida/EUA).
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“Cirurgia Plástica para Estudantes de Medicina” foi lançado esta semana pela editora Sanar e conta ainda com um prefácio escrito pelo brasileiro Ivo Pitanguy (in memorian), uma das maiores referências da cirurgia plástica mundial. “Este, provavelmente, foi o último material escrito pelo médico. O lançamento se dá na semana em que ele faria aniversário”, destaca Boczar.
“O livro, talvez um dos poucos que é direcionado aos estudantes da graduação, consegue apresentar a esses futuros médicos a Cirurgia Plástica na sua totalidade, com uma linguagem acessível e escrito por grandes especialistas brasileiros e internacionais. Acreditamos que ele será uma importante ferramenta para o estudo durante a graduação ajudando os alunos a desbravarem essa especialidade tão desafiadora quanto encantadora que é”, reforça Diogo Lobão.
Felzemburgh, que também é professor de Cirurgia do curso de Medicina da UniFTC, participou como coautor e destaca que este é um importante marco no Brasil. “É um livro que surgiu do anseio dos próprios estudantes em construir um material que eles pudessem ter acesso às informações. É um livro em que pude contribuir na autoria e participar de todo o processo de edição e fiquei bastante feliz com o resultado”, disse.
Leia trecho: Livro Cirurgia Plástica para estudantes de Medicina