Nas últimas semanas, o aumento no número de casos de covid-19 tem sido a principal pauta dos veículos de comunicação e das redes sociais. Muita informação vem sendo compartilhada sobre a doença e sobre o agente causador: o SARS-Cov-2, ou novo coronavírus como ficou conhecido.
De acordo com a biomédica e professora do Centro Universitário UniFTC de Vitória da Conquista, Beatriz Rabelo, o vírus se prolifera através de gotículas liberadas pela tosse ou pelo espirro de pessoas infectadas, a transmissão pode ocorrer tanto pela absorção dessas gotículas, quanto pelo contato com superfícies contaminadas.
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No final de fevereiro, a Organização Mundial de Saúde divulgou que ainda não era possível afirmar quanto tempo o novo coronavírus conseguia sobreviver no meio ambiente, mas que poderia ser algo em torno de horas ou alguns dias. De lá pra cá, vários estudos vêm sendo realizados em busca de uma resposta mais assertiva.
Um estudo publicado no J. Hos. Infection, apontado pela biomédica Beatriz Rabelo, avaliou o comportamento dos outros tipos de coronavírus. “Eles podem permanecer infecciosos em superfícies em temperatura ambiente por até 09 dias. Além disso, temperatura acima de 30ºC diminui a sobrevivência do vírus”, disse a mestre e doutoranda em Bioquímica e Biologia Molecular, após a leitura.
A professora e também biomédica Alexandra Galvão Gomes nos apresentou outra pesquisa, publicada na revista científica The New England Jornal of Medicina. O estudo analisou a resistência do novo coronavírus fora do corpo humano e em materiais diferentes. “O que ele verificou foi que os aerossóis, essas gotículas de saliva, podem ficar no ar por 3 até 4 horas; em superfícies de contato de cobre 4 horas; em papelão 24 horas; em aço de 2 a 3 dias e em plástico também por 3 dias”, destacou a mestre e doutora em Ciências.
Como Prevenir?
Sobre as formas de prevenção, vários pesquisadores apresentam as mesmas recomendações: evitar aglomerações; praticar o distanciamento social; manter os locais de convivência arejados; limpar as superfícies de contato com água sanitária, desinfetantes ou álcool a 70%; e higienizar as mãos, de preferência, com água e sabão, álcool 70% apenas quando não for possível lavá-las.
Muitas pessoas ainda duvidam dessa última orientação. Algumas compraram litros de álcool por terem sido informadas, erroneamente, que era o único produto capaz de “matar” o vírus. Mas a farmacêutica e professora da unidade, Aline Teixeira, reforça que a higiene com sabonete é mesmo eficaz. “O vírus causador da doença COVID-19 possui uma capa de lipídios (gordura) que pode ser removida utilizando água e sabão. Isso danifica a estrutura do vírus, eliminando-o”.
Aline, que é mestre e doutoranda em Microbiologia, esclareceu ainda que nem todo álcool tem eficácia semelhante: “Concentrações menores não são eficazes e maiores podem causar irritação na pele. O álcool 70% em gel ou líquido são igualmente eficazes, mas deve-se ter cuidado com a apresentação líquida, pois ele pode ser mais inflamável”.
Atenção às refeições!
A alimentação é outra aliada na prevenção! Segundo a coordenadora de estágio do curso de Nutrição, Gabriela Madureira, uma dieta balanceada contribui para o fortalecimento da imunidade: “Os alimentos contêm substâncias bioativas que podem estimular o sistema imunológico, aumentando a resistência às bactérias e aos vírus”. A nutricionista acrescenta: “Quanto mais colorido, maior é a diversidade de vitaminas e minerais”.
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