“Respeite o direito de ser diferente: identidade de gênero e sexualidade” foi o tema do II Debate Intercursos, realizado na última quinta-feira, 22, na FTC (campus Paralela). O evento reuniu estudantes, professores e profissionais de diversos segmentos para uma reflexão sobre o assunto.
A abertura do evento foi realizada pelo diretor da unidade, Edilson Barbuda, que aproveitou o momento para destacar a importância de tratar o assunto no meio acadêmico. “Precisamos entender o quão importante é para a nossa sociedade discutir o tema do respeito às diferenças e, mais do que isso, o respeito ao ser humano. É aqui a oportunidade que nós temos de trocar conhecimento e através dele transformar o mundo”, disse ele.
Em seguida, os alunos, sob a orientação da professora e psicóloga Norma Fontes, participaram de uma dinâmica com o objetivo de trabalhar as percepções dos seres humanos, independente do gênero. Após a dinâmica os estudantes tiveram a oportunidade de descrever o que haviam aprendido. “A experiência foi emocionante, pois percebemos o quanto somos presos a estereótipos e o quanto observar o outro está sempre relacionado à sexualidade”, destacou o estudante Diego Oliveira.
O debate também contou com a participação do professor e psicólogo Rogério Gomes, da advogada Fabíola Coelho e do assistente social Anailton dos Anjos, que compartilharam as experiências vivenciadas ao longo da carreira, principalmente, com o atendimento a homossexuais e transgênero.
Gomes destacou a importância da empatia e do respeito. “As necessidades do outro não necessariamente estão de acordo com as nossas e precisamos respeitar isso. Se a pessoa deseja fazer a mudança de sexo, porque não? Será mesmo necessário tutelar essa pessoa para garantir que ela não vai se arrepender? Ora, o arrependimento é algo que qualquer pessoa pode sentir, independente da sua orientação sexual. Será mesmo necessário que o individuo seja analisado para decidir quem quer ser?”, questiona o docente.
Durante sua apresentação a advogada Fabíola Coelho falou sobre a garantia constitucional do Direito a Felicidade que, segundo ela, inclui a escolha de quem ser e como ser. “Eu tenho o direito de escolher a identidade que eu quero, aquela que me identifique como pessoa”, afirmou.
O evento contou ainda com a participação do músico Thomas Craack que, antes de realizar uma apresentação musical, fez um discurso emocionante e fechou o evento com chave de ouro. “Sou músico, sou gay e já sofri preconceito, já fui ultrajado e quero dizer a vocês que façam a diferença. Todos nós temos amigos de classes sociais, raça, religião, orientação sexual diferente da nossa, e o meu pedido é que não silencie, defenda e respeite cada um deles com sua identidade e sua individualidade”, ressaltou ele.