Problemas sociais são, por natureza, questões complexas. Via de regra, derivam de raízes múltiplas e se desdobram em ramos diversos e, justamente por isso, precisam ser avaliados com um olhar mais amplo. É assim desde que estávamos em nossas pequenas aldeias e agora, que vivemos em um mundo intensamente conectado, a tendência é enfrentarmos situações cada vez mais intrincadas e multifacetadas.

As habilidades de visualizar o quadro geral em uma situação do cotidiano e saber trabalhar em equipes multiprofissionais costumam ser  consideradas skills que serão desenvolvidas na prática profissional. Diz-se do profissional experiente, “fulano tem overview e sabe gerenciar problemas”. Mas será mesmo necessário esperar que os anos de experiência ou uma pandemia nos ensinem aquilo que podemos desenvolver ainda na graduação?

Para formar profissionais capazes de trabalhar em conjunto, é preciso repensar o modelo segundo o qual esses atores são formados. “Precisamos evoluir em programas educacionais contextualizados com problemas reais e pensar uma grade curricular disruptiva, que transforme o modelo de formação que temos hoje e que vem do século passado”, explica William Oliveira, presidente da Rede UniFTC. Para ele, a resposta a essas questões virá de um modelo de currículo interprofissional, suportado pela tecnologia.

Vice-Presidente Acadêmico e de Relacionamento Institucional da Rede UniFTC, o educador Ihanmarck Damasceno defende que, além do interprofissionalismo e da utilização de tecnologia, essa educação renovada precisa se apoiar em metodologias ativas para estimular os futuros profissionais a buscar serviços ou ferramentas para solucionar problemáticas que emanem da sociedade.

“O processo de ensino e aprendizagem não está só nas salas de aula. Ele ocorre no campo acadêmico,  com modelagens educacionais muito bem definidas.  Segue no estímulo à pesquisa, buscando desenvolver nossos conhecimentos e treinar estudantes para que se tornem pesquisadores; bem como na extensão, que é quando a comunidade acadêmica se aproxima da sociedade”, explica o professor Ihanmarck desenhando o tripé “ensino, pesquisa e extensão” que norteia as instituições de ensino superior.

No método de educação interprofissional, aplicado nas faculdades e centros universitários da Rede UniFTC, os alunos estão no centro do processo de ensino-aprendizagem baseado na solução de questões importantes dentro do contexto atual e voltado para o desenvolvimento competências, dentre elas, a do foco na resolução em equipe de problemas complexos e com visão muito integrada com a necessidade da sociedade. O investimento em novos métodos, estruturas e projetos tem um objetivo muito claro: formar, para o futuro, mais do que profissionais, formar os solucionadores que a sociedade precisa