“Isolamento” e “quarentena” são algumas palavras presentes em nosso vocabulário nesses tempos de pandemia do coronavírus. Não é à toa, já que a medida de distanciamento social é considerada uma das formas mais eficazes de prevenir o avanço de uma doença de fácil contágio.
Para se adaptar a esta realidade, alguns serviços tiveram que migrar para os meios digitais, de modo a minimizarem os impactos causados, dentre eles, atendimentos médicos rotineiros. Esta modalidade é denominada Telemedicina, cuja prática foi tema no “Todo Dia é Dia de Live”, da UniFTC, ministrada pelo médico, bacharel em Direito e professor do curso de Medicina, Bruno Gil.
O professor recordou que, em 2018, o Conselho Federal de Medicina (CFM) já havia regulamentado esta modalidade, entretanto, a resolução foi revogada após a classe médica manifestar preocupação com alguns pontos. Neste novo cenário, o Ministério da Saúde reconheceu três práticas da Telemedicina em caráter excepcional, até que a situação de emergência de saúde pública seja normalizada. São elas:
- Teleorientação: orientação à distância e encaminhamento de pacientes em isolamento;
- Telemonitoramento: monitoramento à distância dos pacientes;
- Teleinterconsulta: exclusivo para troca de informações entre médicos.
“A portaria 467 de 20 de março de 2020, que remete à lei 13.979 de 6 de fevereiro de 2020, diz que os médicos podem interagir com os pacientes por meio da Telemedicina com o objetivo de evitar que os próprios se contaminem. Mas a portaria não liberou por completo, visto que todas as normas de segurança pré-existentes precisam ser respeitadas e observadas, inclusive com a necessidade de certificação digital”, esclareceu Bruno Gil.
A Telemedicina também permitiu que programas de orientação à população fossem implementados em parceria com instituições públicas e privas, como parte do Plano de Ação de Enfrentamento à Covid-19. É o caso do Disque Coronavírus, no qual estudantes dos últimos anos do curso de Medicina de diversas instituições educacionais, incluindo a UniFTC, sob a supervisão de médicos profissionais, realizam uma triagem dos pacientes que apresentam sintomas do novo coronavírus.
“Esclarecimento é uma medida de educação em saúde que desde sempre fez parte da atenção básica. Em tempos de Fake News isso ficou mais importante ainda, pois, a todo tempo, somos bombardeados de informações que não são embasadas cientificamente. De fato, diante do quadro clínico do paciente, podemos dizer se já é o momento certo de procurar uma unidade de saúde ou caso seja, para qual unidade de referência ele precisa ir. Esta é uma forma de dar organicidade nos caminhos do sistema de saúde”, afirmou o professor.
Bruno Gil finalizou o bate-papo levantando o questionamento sobre como isso vai impactar no futuro. “Não estamos de nenhuma forma colocando em risco a saúde e a segurança da população”, reforçou. “Trata-se de uma boa ferramenta, no sentido de que permite sim nossa interação remota, sem romper o isolamento domiciliar, facilitando o acesso à saúde”, explica. Ele também destacou os gargalos da modalidade no Sistema Único de Saúde (SUS), onde existe uma estrutura defasada de informática e dificuldade do acesso dos usuários. “Mais uma vez as desigualdades em saúde ficam flagrantes”, concluiu.
Todo dia é dia de live na UniFTC
A transmissão online feita pelo Bruno Gil faz parte da programação de lives que estão sendo oferecidas diariamente pela Rede UniFTC. Através do projeto Todo Dia é Dia de Live, a instituição e está trazendo docentes de todas as áreas para abordar temas relativos à pandemia a partir de perspectivas diversas.
As lives acontecem de segunda à sexta-feira, exceto nos feriados, na página oficial da instituição no Instagram – @uniftc. Confira a programação completa do mês de maio e se programe!